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Mostrando postagens de março, 2015

Eu falo de mim e também de você, mulher.

Ela é uma mulher louca  e ao mesmo tempo sã. Ela carrega rastros dos seus livros favoritos e age como se estivesse num filme. Ela representa o que há de mais puro nesse mundo e o que há de mais sujo nele também. Na cama nunca se sacia, na rua é só mais uma desconhecida. Por fora é um dia de primavera e por dentro uma tempestade sem fim. Sorri como se fosse a dona do mundo e mente como se soubesse de todas as verdades. Ela anda como o sol, fala como a chuva. Eu a conheço tão bem e a desconheço na mesma proporção. Eu sou ela e ela sou eu. - Um poema sobre mim, louca e sã, e sobre todas as outras mulheres que carregam esse rótulo consigo. Sobre o poema: Gosto tanto de poesia e nunca criei coragem de escrever um, cá está, cru e sem rima, apreciem sem moderação.

Não se encontra amores em bares

Pior lugar do mundo: o maldito bar em que te conheci. Foi um erro ter entrado naquele lugar cheio de boas, más e segundas intenções, eu não costumo, não propositalmente, a ousar entrar em lugares em que eu fique vulnerável. Porém, me recordo desse dia como se fosse ontem, você, sozinho, com uma cerveja na mão, um sorriso que dizia "estou disponível", mas um par de olhos castanhos que gritavam solidão. Ah!, eu reconheci esse olhar de longe, você olhava pra cima e estufava o peito pra segurar o teu ego vazio, por medo de cair caso abaixasse o rosto, o peso da tua solidão era tão grande quanto a que eu carregava em mim. Tua alma de artista e coração de poeta me conquistaram naquela noite, fiquei vulnerável como nunca tinha ficado antes, e que ideia ridícula de acreditar que a tua solidão iria completar a minha, em bares como aquele não se encontram mocinhos, mas o que fazer se os caras certos nunca me chamaram a atenção. Lembro-me que aprendemos tanto um com o outro, aprendi a f

Saudade

Me encontrei em dias que a saudade batia mais forte que o vento de um dia de inverno bate nas coisas que vemos lá fora. Saudade da minha infância, da minha inocência, da minha pureza e da minha alma intacta. Senti falta dos meus pais nunca presentes, dos meus amigos inexistentes, de um amor que nunca tive, de um vinho que nunca bebi, de uma banda que já se desfez, de um café quente, de um abraço mais quente ainda, senti saudade de algo que nunca tive, algo que nunca vivi, nunca presenciei, apenas senti. Senti como se tivesse vivido, tivesse tido, tivesse presenciado, só senti e quis. Quis como alguém quer um cobertor no frio. Eu senti saudade de mim, de como eu era, de como eu nunca fui, senti saudade de atitudes que nunca tomei, de erros que nunca cometi, de beijos que nunca roubei, senti falta de um quintal sem flor, da minha voz sem pudor, do meu coração vazio de amor. Senti falta das coisas inexplicáveis da vida, senti falta de um corpo pra me aquecer, senti falta de tudo e de nada