Anti-póetico

Procuro coisas boas em todas as pessoas que passam pela minha vida, procuro motivos para fazê-las ficarem pois odeio coisas passageiras. Sou difícil de lidar, possuo oscilações de humor, — e de personalidade — e não obrigo ninguém a me engolir. Odeio ficar só, essa sensação de que todo momento eu sou frágil e pequena, não consigo me acostumar com a falta que fazem as pessoas nessa minha rotina medíocre. Me digam, por favor, se for errado querer alguém, querer alguém que te acompanhe lado a lado, que ao invés de ser superior a ti, que seja a tua altura, que ambos possam dividir os sonhos, planos, desejos e ambições. Eu peço por alguém. Eu quero alguém. Alguém que mergulhe no oceano que a minha alma é, que aceite beber umas, que acenda uns dois ou três cigarros comigo, que percorra minha vida, meu quarto, meu corpo, que me chame pra comer ao invés de me mandar pra academia, alguém que me deixe livre, que confie em si e confie em mim, alguém pra ouvir Legião Urbana, Cazuza e Nirvana, mas

Eu sou uma garota comum. Pernas esguias, seios 34, um traseiro no lugar, olhos grandes, castanhos e profundos e cabelos ralos e finos, que combinam um pouco com a minha personalidade fraca, tenho uma barriga reta e um piercing nela, nada demais, nada chamativo, apenas uma moça magrela, sem rumo, uma menina pequena. Sou pequena, de alma, de corpo, de voz, de tudo. Cheguei aos 18 anos virgem, por mais incrível que pareça. Não me sinto mulher, me sinto uma garota de 13 anos que vive uma fantasia eterna. Eu precisava me sentir mulher, realizada, completa. Eu precisava transar. Mas, eu não sabia por onde começar, eu sempre achei o assunto inválido quando se tratava de mim mesma. Nunca namorei, nem queria, aliás, queria sim, só que eu nunca me senti mulher o suficiente a ponto de deixar alguém me querer, até que um dia eu conheci um garoto, — vamos chamá-lo de Max — ele me tirava o fôlego, fazia eu me sentir bem comigo mesmo e a minha estranheza ridiculamente proporcional, foi ele quem fez